quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Escravos


    

              Um navio no horizonte se aproxima,em mais uma das tardes quente do verão de 1855; em um porto clandestino... em alguma parte desprovida da África, assim como toda. 
      Nessa época o trafico de escravos para o Brasil, por mais tardio que foi, tinha sido enfim proibido... mas não acabado. Clandestinamente portugueses e homens de outras nacionalidades, inclusive próprios africanos, mantinham portos clandestinos para o embarque de escravos. Para isso, os escravos eram capturados em duelos sangrentos com as tribos rivais. Depois, o chefe da tribo repassava os cativos para os contrabandistas em troca de mercadorias; tais como: fumo, tecidos, armas, entre outras. Para agradar o chefe da tribo, os contrabandistas também davam algumas poucas moedas para manter o sigilo. As míseras moedas não significavam nada para os compradores. Eles sabiam o quanto ganhariam por cada um deles quando portasse no Brasil, o que não seria pouco, se mais tivesse navios negreiros na ativa. Os contrabandistas cresciam os olhos, pensando em cifrões, toda hora que viam chegar mais e mais homens e mulheres para serem vendidos. Vinham de toda parte, e logo os enfiavam nas galerias mais escuras do mercado para que poucas pessoas dessem conta do delito. Já chegavam amarrados e algemados uns aos outros a palhas resistentes de coqueiros e cipós. Muitos ainda traziam a lama grudada ao corpo do campo de guerra da tribo rival; tão sujos que se não fossem de extremo valor, passariam por uma corda de caranguejo

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